Há mais tensão aqui ou dentro de água?

Sempre gostei de fazer desporto para aliviar o stress do dia-a-dia. Sempre fiz desporto, muito antes de ter stress no meu dia-a-dia e por isso é uma coisa que faz parte da minha vida, tal como dormir ou comer.

Já fiz outros desportos, mas hoje em dia faço surf e é raro o dia em que não faço surf - ou em que não tento fazer surf... E não há nada como surfar durante a semana, depois do trabalho e com um único objectivo: relaxar!

Nos dias em que posso fazê-lo, chego à praia por volta das 19h30 e aos poucos vejo chegar mais surfistas. Não os conheço e raras vezes trocamos impressões dentro de água, mas imagino que também chegam dos seus trabalhos e imagino que também tenham tido um dia muito agitado e stressante... E, rapidamente, fico confusa quando me apercebo da tensão que existe dentro de água, mesmo no final de um dia trabalho...

Hoje li todos os comentários ao post anterior e pensei: - Será que o facto de haver um sítio - isto é, um blog sobre surf - onde as/os surfistas possam descarregar o stress contribuirá para a diminuição da tensão dentro de água?

Boas ondas a todas!

Tubi or not tubi?

Tubi or not tubi? Rebecca Woods escolhe tubi! Photo by D Hump/Billabong

Infelizmente para mim, nunca dei um tubo. Também nunca dei um chapelinho. E o mais triste disto tudo é que também nunca tentei, tenho medo. Não me posso queixar, não se fazem omeletes sem ovos.

Esta é mais uma coisa que falta ao surf feminino português, atitude! Ou, num contexto mais agressivo, as belas das "balls".

Não há uma Top 17 do World Tour que nunca tenha dado um tubo, aliás, dar tubos é praticamente um requisito para poder ser considerada uma surfista profissinal.

O que é que se pode fazer? Entra o set do dia e a maioria de nós foge dele. As que dropam, ou vão em frente ou cortam a onda como quem foge com o rabo à seringa. Meter para dentro 'tá quieto', isso é coisa de homem, pensamos nós. Ou a maior parte de nós, há casos excepcionais, como o da Joana Andrade, a que mete para dentro sem piedade. Espectáculo, até rima...

O mais estúpido é que dizem que é uma sensação indescritível, isso de dar um tubo. Não acham que valia a pena tentar?

O que falta ao surf feminino?

O que falta a Steph Gilmore? Provavelmente nada. Photo by charliephotos.com

Este foi um tema sugerido por uma anónima. A verdade é que é um tema muito vasto mas vai dar pano para mangas.

Falta vontade? Falta jeito? Falta pranchas certas? Falta viajar e ver mais surf de qualidade?

De certeza que ainda nos falta muita coisa e enumerá-las é o mais fácil, mas como é que podemos preencher as lacunas do surf feminino em Portugal? Esse é o grande desafio!

Pelo menos uma revista de surf feminino já temos. E um blog!

A prestação feminina em Ribeira

Ana "ONFIRE" Sarmento. Photo by Hugo Valente

Como sabem, este fim-de-semana aconteceu a 2ª etapa do Circuito LB Pro Júnior em Ribeira D'Ilhas. Desta vez a adesão feminina foi menor mas todas as surfistas de topo estiveram presentes, o que significa que o nível de surf foi alto, isso é o que interessa, pelo menos para nós, espectadores. 

O momento mais alto da competição feminina foi logo o primeiro heat dos quartos-de-final onde entrava a local Ana Sarmento. Na verdade, o heat não foi nada de especial em termos competitivos pois a Ana destacou-se por larga margem das outras duas surfistas, Maria Abecasis e Maria Gonçalves, deixando-as desarmadas. Já no que toca a espectáculo de surf a conversa é outra. Ana apoderou-se do line up e aplicou um surf de gente grande nas suas duas melhores ondas, atirando uma boa quantidade de água para o ar, proveniente das suas excelentemente executadas rasgadas de frontside. O público ficou maluco!

Nas meias-finais, Carina Duarte e Francisca Pereira dos Santos foram as melhores, enquanto Ana teve um heat menos feliz que o primeiro. A verdade é que, apesar dos favoritismos, qualquer uma das finalistas (Carina, Ana, Francisca Sousa e Francisca Pereira dos Santos) tinha surf para ganhar.

Logo de início, foi o surf da Francisca Santos que mais impressionou. Caso tivesse apanhado ondas com potencial, Francisca teria-se certamente distanciado das suas adversárias. Mas na segunda metade do heat, Ana Sarmento "acordou" e repetiu a dose. Começou com uma onda de 8.50 pontos, remou para fora, passou pelas suas adversárias e apanhou mais uma. Entre o público ouvia-se "Epá sai dessa onda! Isso não vale nada, assim não pontuas...", mas mal Ana "espetou" a primeira manobra ficou tudo calado. Depois da segunda manobra estava tudo aos berros e no fim da onda juntaram-se as palmas e os assobios. 9.33 pontos, média de 17.83.

E é assim que se passa um bom fim-de-semana...

Finalmente, o Blog da Girlz!

Nem sei porque é que ainda não tinha feito isto antes, um blog da Girlz. Foi preciso ver diariamente o blog da ONFIRE e assistir à abstinência do público feminino no que toca a comentar os posts, para finalmente perder uma hora a criar o nosso blog.

Não prometo escrever posts com o calibre dos da ONFIRE, até porque não tenho metade da imaginação daquelas férteis cabeças (só para terem uma ideia, um dos últimos posts deles foi "Preferias surfar como surfar e ter a tua cara, ou surfar como o Kelly Slater mas ter a cara da Ferreira Leite?") mas prometo que vou tentar. Para tornar a coisa mais interessante vou convidar umas girlz para o staff do blog, alguém tem sugestões?